Escala 6×1: entenda regras da CLT e nova PEC em debate

A escala 6×1 é um modelo de jornada comum em setores como comércio, saúde, hotelaria e indústria. Prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ela organiza o trabalho em seis dias consecutivos, com direito a um dia de descanso. 

Apesar de garantir a continuidade operacional, o modelo é alvo de debates por seus impactos na qualidade de vida e saúde mental dos colaboradores.

Neste conteúdo, nós, da Allya, vamos explicar como funciona a escala 6×1, o que diz a lei, os impactos positivos e negativos desse regime e como a PEC pode mudar a jornada de trabalho no Brasil.

O que é a escala 6×1?

A escala 6×1 é uma configuração de jornada em que o colaborador trabalha seis dias seguidos e descansa um. Esse modelo é aplicado em áreas que não podem interromper atividades, como indústrias, comércios, hospitais e serviços essenciais.

Na legislação trabalhista brasileira, a escala 6×1 está prevista para assegurar a alternância entre trabalho e descanso, equilibrando produtividade e proteção ao trabalhador.

Como funciona a escala 6×1?

Na prática, essa jornada de trabalho tem cerca de 7h20 por dia, totalizando 44 horas semanais, conforme a CLT. 

O que diz a lei sobre a escala 6×1?

A CLT define regras claras para evitar abusos no uso da escala. Entre os principais pontos estão:

  • Descanso semanal: após seis dias trabalhados, o colaborador tem direito a um dia de descanso remunerado, preferencialmente aos domingos.
  • Trabalho em feriados: deve ser compensado com pagamento em dobro ou folga.
  • Acordos coletivos: convenções podem definir condições específicas, desde que respeitem os direitos do trabalhador.

Movimento “Vida Além do Trabalho”

Iniciativas como o Movimento Vida Além do Trabalho têm levantado discussões sobre a redução da jornada semanal. 

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sugere a substituição da escala 6×1 por um modelo de trabalho 4×3, onde o trabalhador teria 4 dias de trabalho e 3 dias de descanso. 

Essa mudança visa melhorar a qualidade de vida e alinhar o Brasil às tendências globais de flexibilização das jornadas.

Proposta de Emenda à Constituição

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma PEC que busca reduzir a jornada da escala 6×1 de 44 horas para 36 horas semanais. A proposta inclui a adoção da escala 4×3, ampliando o tempo de descanso dos colaboradores.

Atualmente, a PEC está em fase de coleta de assinaturas e abre discussões sobre impactos sociais e econômicos para empresas e trabalhadores.

Que benefícios o fim da escala de trabalho 6×1 pode trazer?

O fim da escala 6×1 geraria diversos benefícios importantes para os colaboradores e as empresas. Confira quais são eles:

Melhoria na qualidade de vida

A diminuição da carga horária permite um equilíbrio mais saudável entre a vida profissional e pessoal. Funcionários com mais tempo para lazer, família e autocuidado podem apresentar maior satisfação no trabalho, refletindo em um ambiente corporativo mais harmonioso.

Prevenção da saúde mental

Reduzir a sequência de dias trabalhados pode ajudar a prevenir o Burnout e outras condições relacionadas ao estresse. 

Isso beneficia não apenas os trabalhadores, mas também as empresas, que podem reduzir custos com afastamentos médicos e melhorar a performance geral da equipe.

Atração e retenção de talentos

Jornadas flexíveis tornam as empresas mais atrativas no mercado de trabalho, contribuindo para reter talentos e atrair profissionais qualificados, especialmente em setores que demandam alto nível de engajamento.

Redução do esgotamento

Com jornadas mais curtas, há uma expectativa de diminuição do esgotamento físico e mental, o que pode levar a um aumento na produtividade e no desempenho dos trabalhadores. Estudos indicam que trabalhadores descansados tendem a ser mais produtivos.

Fortalecimento das relações familiares

Mais tempo livre pode facilitar a convivência familiar, contribuindo para o bem-estar social. Essa mudança pode contribuir para relacionamentos mais saudáveis e um ambiente de trabalho mais leve.

Quais são os desafios e possíveis impactos negativos da implementação da jornada 4×3?

Apesar dos benefícios, a mudança também pode trazer desafios, como:

1. Aumento dos custos operacionais

Para compensar a redução das horas de trabalho, as empresas podem precisar contratar mais funcionários, gerando aumento de custos com salários, encargos trabalhistas e treinamentos. 

Esse impacto é mais severo para micro e pequenas empresas, que operam com margens de lucro mais apertadas.

2. Possível aumento de preços

Empresas podem repassar os custos adicionais para os consumidores, resultando em produtos e serviços mais caros, o que pode afetar a competitividade em setores sensíveis ao preço.

3. Risco de demissões

Setores que dependem fortemente da escala 6×1, como comércio e hotelaria, podem enfrentar problemas financeiros, levando à redução da força de trabalho como medida para equilibrar o orçamento.

4. Aumento da informalidade

Diante de custos adicionais, algumas empresas podem optar por contratar informalmente, reduzindo encargos trabalhistas, mas também comprometendo a segurança e os direitos dos trabalhadores.

5. Perda de competitividade

Empresas que não se adaptarem rapidamente podem enfrentar dificuldades em um mercado já desafiador, especialmente em relação à concorrência internacional, onde jornadas reduzidas não são uma prática amplamente adotada.

Como o RH pode atuar nesse cenário

Enquanto não há mudanças na lei, o setor de Recursos Humanos tem papel fundamental em tornar a escala 6×1 mais equilibrada. Algumas ações incluem:

  • Criar políticas de feedback para ouvir as necessidades dos colaboradores.
  • Investir em programas de saúde mental e prevenção de Burnout.
  • Incentivar hábitos de autocuidado físico, emocional e financeiro.
  • Adotar benefícios corporativos que promovam bem-estar, como os oferecidos pela Allya, em parceria com o Wellhub (antigo Gympass), que disponibiliza descontos em terapia, academias, lazer e serviços de saúde.

Com essas medidas, é possível reduzir os efeitos da sobrecarga e transformar o modelo em uma experiência menos desgastante para os colaboradores.

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Amanda Miquelino
Amanda Miquelino
Jornalista, apaixonada pelo SEO e pelo Marketing Digital. Estou desvendando o mundo do RH para encontrar os melhores benefícios corporativos que promovam o bem-estar aos colaboradores.

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