Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou a realidade das mães no mercado de trabalho: quase metade das mulheres participantes da pesquisa (48%) encontraram-se desempregadas após o período de licença-maternidade.
Essa pesquisa não apenas destaca uma lacuna alarmante no mercado de trabalho brasileiro, mas também levanta questões importantes sobre a igualdade de oportunidades e o apoio às mães trabalhadoras. Aproveitando o Dia das Mães, nós da Allya exploraremos mais sobre esse tema. Acompanhe!
Panorama: mães no mercado de trabalho
Ao analisarmos a situação das mães no mercado de trabalho, encontramos um panorama preocupante para as trabalhadoras.
A desigualdade salarial de gênero no Brasil é um problema persistente e preocupante. De acordo com dados do IBGE, as mulheres recebem apenas 76,5% do salário dos homens em posições equivalentes.
Essa disparidade é ainda mais alarmante quando consideramos que as mulheres dedicam, em média, 3 horas a mais por semana ao trabalho, incluindo responsabilidades domésticas.
Um estudo da Catho também revelou que mesmo entre mulheres com formação universitária, a desigualdade persiste. Apenas 30% das mulheres concluem a universidade, em comparação com 24% dos homens, e ainda assim, estes últimos podem ganhar até 52% a mais.
Principais desafios entre a maternidade e trabalho
Existem diversos desafios enfrentados pelas mães no mercado de trabalho. Para muitas, essa jornada envolve escolhas difíceis entre priorizar o convívio familiar ou o avanço na carreira.
Infelizmente, esses não são os únicos obstáculos que as mães enfrentam no ambiente profissional. Veja outros:
Processos seletivos enviesados
Os processos seletivos enviesados são uma realidade para muitas mães no mercado de trabalho que estão em busca de oportunidades de emprego. Isso ocorre quando as empresas, consciente ou inconscientemente, favorecem candidatas sem filhos durante o processo de contratação.
Por exemplo, um recrutador pode presumir que uma mulher sem filhos terá mais disponibilidade para viagens de trabalho, horários flexíveis ou para se dedicar integralmente ao emprego. Essas suposições podem levar a decisões injustas e prejudicar as mães que estão buscando equilibrar a vida profissional e familiar.
Limitadas oportunidades de crescimento
A limitação das oportunidades de crescimento para as mães no ambiente de trabalho é um problema real, frequentemente decorrente de estereótipos e preconceitos relacionados à maternidade.
Muitas vezes, as mães são vistas como menos comprometidas com suas carreiras, devido à suposição de que priorizam sua vida familiar sobre o trabalho.
Isso pode resultar em oportunidades de promoção ou avanço profissional sendo negadas, simplesmente com base em preconceitos sobre a capacidade das mães de equilibrarem suas responsabilidades familiares e profissionais.
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Desigualdade de gênero e machismo
A desigualdade de gênero e o machismo são problemas persistentes no ambiente de trabalho, afetando negativamente a vida profissional e o bem-estar feminino.
Essa realidade se manifesta de diversas formas, desde a discriminação sutil até comportamentos explícitos de preconceito.
Infelizmente, muitas mulheres podem ser submetidas a salários mais baixos que seus colegas masculinos, mesmo desempenhando as mesmas funções e possuindo as mesmas qualificações.
Dificuldade em conciliar horários de trabalho
Conciliar os horários de trabalho pode ser uma verdadeira dificuldade para as mães, especialmente em ambientes onde há uma expectativa de jornada fixa, sem flexibilidade, seja presencial, híbrida ou remota.
Horários de trabalho rígidos podem ser incompatíveis com os horários escolares ou com a necessidade de cuidar de crianças pequenas.
Além disso, o trabalho híbrido e remoto, embora ofereçam certa flexibilidade, podem ser difíceis de conciliar com as responsabilidades da maternidade, especialmente se não houver suporte adequado.
Salários mais baixos
A persistência da disparidade salarial entre homens e mulheres é uma realidade no mercado de trabalho, e as mães frequentemente enfrentam salários mais baixos, mesmo quando possuem as mesmas qualificações e experiências que seus colegas masculinos.
Essa disparidade salarial é injusta e reflete o viés de gênero arraigado na sociedade e nas práticas de remuneração das empresas.
Muitas vezes, as mulheres, especialmente as mães, são prejudicadas por uma série de fatores, incluindo discriminação salarial, falta de transparência nos processos de remuneração e subvalorização do trabalho feminino.
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Como o RH pode ajudar mães no mercado de trabalho?
O setor de Recursos Humanos nas empresas pode se comprometer a fornecer suporte às mães ao longo de todo o ciclo da maternidade: desde o planejamento da gravidez até o retorno ao trabalho após a licença-maternidade.
Existem diversas medidas de suporte que as empresas podem adotar para atender às necessidades das mães. São elas:
1. Seguir a legislação brasileira
A garantia de amparo à maternidade é um direito fundamental de toda mulher, respaldado pela Constituição Federal e pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Dentre os direitos assegurados, destacam-se:
- licença-maternidade de 120 dias, com remuneração garantida pelo salário-maternidade;
- estabilidade no emprego após o retorno da mulher ao trabalho, assegurando sua tranquilidade e segurança profissional;
- apoio à amamentação, proporcionando condições adequadas e apoio emocional para que as mães possam realizar a amamentação de seus filhos durante o expediente de trabalho. Além disso, é preciso considerar as mulheres que realizam a extração e o armazenamento de leite materno para uso posterior em casa;
- auxílio-creche, auxiliando financeiramente as mães com despesas relacionadas à creche para seus filhos pequenos.
Ao respeitar e implementar esses direitos, as empresas não apenas cumprem com suas obrigações legais, mas também promovem um ambiente de trabalho mais justo, equitativo e acolhedor para todas as suas colaboradoras que são mães.
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2. Oferecer benefícios relacionados à saúde física, mental e financeira
Oferecer benefícios flexíveis que incluam suporte à saúde física, mental e financeira é uma estratégia eficaz para cuidar do bem-estar geral das funcionárias mães no mercado de trabalho.
A plataforma de bem-estar financeiro da Allya, por exemplo, oferece descontos em serviços relacionados à saúde física (check-ups e academias) e saúde mental (terapia online).
Essas medidas não só demonstram o compromisso da empresa com o cuidado de seus funcionários, mas também contribuem para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
3. Encorajar a comunidade da parentalidade
Encorajar a formação de uma comunidade de parentalidade é uma iniciativa valiosa para apoiar mães e pais que retornam ao trabalho após a licença-maternidade e paternidade.
Para superar essa transição e promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e solidário, algumas empresas têm adotado estratégias como a organização de rodas de conversa.
Esses encontros incentivam o networking entre pais e mães, proporcionando um espaço para compartilhar experiências, recursos e estratégias para conciliar o trabalho e a parentalidade de forma mais eficaz.
4. Criar oportunidades de trabalho flexíveis
Criar oportunidades de trabalho flexíveis é fundamental para atender às necessidades das mães no mercado de trabalho e promover um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Essa iniciativa não apenas reduz o estresse e a sensação de sobrecarga das profissionais, mas também assegura que elas não se sintam desamparadas ao precisarem faltar em algumas reuniões ou compromissos de trabalho devido a responsabilidades familiares inesperadas.
RH, ajude as mães no mercado de trabalho para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das suas colaboradoras. Lembre-se de assinar nossa newsletter e ler outros conteúdos como esse!