Afastamento do trabalho: o que é, tipos e o que diz a lei

O afastamento do trabalho pode ocorrer por diversos motivos: médicos, legais ou organizacionais. Além disso, quando a legislação trabalhista não é aplicada corretamente, os impactos podem ser significativos: perdas salariais, passivos jurídicos, queda na produtividade e prejuízos ao clima organizacional.

Por isso, estar por dentro da legislação e investir em práticas de gestão preventiva não é apenas uma exigência legal, mas uma forma estratégica de reduzir custos, promover o bem-estar da equipe e fortalecer uma cultura corporativa mais humana e sustentável. Confira abaixo!

O que é afastamento do trabalho? 

O afastamento do trabalho ocorre quando o colaborador se ausenta das atividades profissionais por motivos previstos em lei. Esse tipo de ausência é regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece situações nas quais o trabalhador pode se ausentar sem sofrer penalidades ou descontos salariais. 

Em termos práticos, o afastamento deve ser comprovado no primeiro dia útil após o retorno ao trabalho. Essa comprovação é fundamental para a empresa classificar a ausência como justificada. 

Caso contrário, poderá ocorrer o registro da falta como injustificada, o que implica descontos no salário e outras possíveis consequências disciplinares. É importante lembrar que cada tipo de afastamento tem regras específicas, como a necessidade ou não de perícia médica.

O que diz a lei sobre afastamento do trabalho?

A legislação define prazos específicos para cada tipo de afastamento no trabalho, assegurando ao profissional o direito de se ausentar por um número determinado de dias. Veja alguns exemplos comuns:

  • Até 6 dias para acompanhar a parceira gestante em consultas médicas;
  • 1 dia por ano para levar o filho com até seis anos ao médico;
  • Até 2 dias para realizar o alistamento eleitoral;
  • 1 dia por ano para doar sangue;
  • 5 dias de licença-paternidade após o nascimento do filho;
  • 120 dias de licença-maternidade, com possibilidade de prorrogação em alguns casos;
  • 2 dias em caso de falecimento de parentes próximos, como cônjuge, pais, filhos ou irmãos;
  • 2 dias para participação em exames vestibulares;
  • 3 dias consecutivos para o casamento;
  • Até 3 dias por ano para exames de prevenção ao câncer.

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Quais são os direitos de um funcionário afastado?

Quando um colaborador se afasta do trabalho com justificativa legal, ele mantém direitos trabalhistas importantes, como o salário, que continua sendo pago pela empresa ou pelo INSS, conforme o tipo de afastamento. 

Além disso, ele segue recebendo os depósitos mensais do FGTS e, em casos de acidente de trabalho ou doença ocupacional, tem direito à estabilidade por 12 meses após retornar ao trabalho.

No entanto, o afastamento pode acarretar a perda de alguns direitos. Se o trabalhador ultrapassar seis meses de ausência no ano, ele perde o direito a férias, mesmo que o período de afastamento não tenha sido contínuo. Isso ocorre especialmente quando o colaborador recebe benefícios da Previdência Social, como o auxílio-doença.

Outro direito afetado é o 13º salário. Quando o trabalhador fica afastado e recebe benefício do INSS, ele não recebe a parte proporcional do 13º referente ao período de ausência. Para o cálculo, cada 15 dias de afastamento é considerado um mês completo, resultando em um desconto no valor final a ser pago.

Como funciona o retorno do colaborador ao trabalho após afastamento?

O retorno de um colaborador ao trabalho após afastamento por doença ou acidente geralmente exige a realização de um exame para confirmar que ele está apto para retomar suas atividades. Esse exame deve ser feito antes do retorno e é obrigatório se o afastamento ultrapassar 30 dias.

O processo inicia com o colaborador informando o Departamento de Recursos Humanos sobre seu retorno e apresentando documentos como o atestado médico. Em seguida, a empresa realiza um exame com um médico do trabalho, que avaliará se o colaborador está pronto para retomar suas funções. Se aprovado, o médico emite um atestado de aptidão, que deve ser entregue ao RH para formalizar o retorno.

Após a emissão do atestado, o colaborador é reintegrado ao seu posto de trabalho. A empresa deve continuar monitorando sua saúde, garantindo um ambiente seguro e adequado para que ele possa desempenhar suas funções de maneira eficaz.

Quais são os tipos de afastamentos no trabalho?

A legislação trabalhista brasileira prevê diferentes formas de afastamento do trabalho, com ou sem necessidade de intervenção do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A CLT e a Lei 8.213/91 detalham essas situações, garantindo os direitos dos trabalhadores quando precisam se ausentar por motivos diversos.

1. Auxílio por incapacidade temporária

Esse benefício se aplica quando o trabalhador fica impossibilitado de exercer suas funções por mais de 15 dias devido à doença ou acidente. Situações como cortes, quedas, queimaduras ou acidentes no trajeto até o trabalho entram nessa categoria.

Nos primeiros 15 dias, a empresa paga o salário. A partir do 16º dia, o INSS assume o benefício, desde que o empregado tenha ao menos 12 meses de contribuição. O valor pago é de 91% da média dos salários de contribuição desde 1994.

Além disso, o trabalhador acidentado tem estabilidade garantida por 12 meses após o fim do afastamento, conforme o artigo 118 da Lei 8.213/91.

2. Licença-maternidade

A gestante tem direito a 120 dias de licença remunerada, sem prejuízo do vínculo empregatício. Empresas cadastradas no Programa Empresa Cidadã podem oferecer até 180 dias. A remuneração é feita pela empresa, que depois recebe compensação do INSS.

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3. Licença-paternidade

Os pais também têm direito a se ausentar para acompanhar os primeiros dias do filho. A licença dura 5 dias corridos, podendo chegar a 20 dias em empresas participantes do Programa Empresa Cidadã. O pagamento integral é feito pela empresa.

4. Aposentadoria por incapacidade permanente

Concedida a quem, após avaliação médica, for considerado incapaz para qualquer atividade e sem possibilidade de reabilitação. Nessa situação, o contrato de trabalho permanece suspenso, e o benefício só termina em caso de falecimento ou recuperação da capacidade laboral.

Como evitar afastamentos do trabalho?

Reduzir afastamentos no ambiente corporativo exige ações preventivas e foco na saúde integral dos colaboradores. Abaixo, veja práticas essenciais para manter sua equipe saudável, engajada e produtiva:

1. Promover qualidade de vida no trabalho

Criar um ambiente saudável favorece o bem-estar dos funcionários. Atividades, como ginástica labora, ajudam a reduzir dores, aliviam o estresse e tornam o dia a dia mais leve. 

Além disso, oferecer horários flexíveis ou trabalho híbrido para melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Empresas que investem nisso conseguem minimizar faltas e afastamentos.

Colaboradora que recebe benefícios para qualidade de vida no trabalho sorrindo

2. Reforçar as normas de segurança

Lesões ocupacionais são frequentes em diferentes setores. Fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de cadeiras e mobiliários ergonômicos, previne acidentes e preserva a saúde física da equipe, seja no chão de fábrica ou no escritório.

3. Oferecer vacinação no ambiente corporativo

Campanhas de vacinação, como contra o vírus da gripe (Influenza), reduzem o número de licenças médicas. Além de proteger, demonstram cuidado com os profissionais e reforçam a cultura de saúde coletiva.

4. Cuidar da saúde mental dos colaboradores

Problemas, como ansiedade, depressão e estresse no trabalho, afetam diretamente a produtividade. Oferecer apoio psicológico e psiquiátrico contribui para um ambiente mais seguro e acolhedor.

5. Realizar exames periódicos

A detecção precoce de doenças evita afastamentos prolongados. Exames regulares mostram se o colaborador está apto para exercer suas funções e ajudam no monitoramento da saúde ocupacional.

Organizar campanhas de vacinação contra a gripe (Influenza) dentro da empresa, por exemplo, com horários flexíveis para aplicação e registro dos vacinados, ajudam a reduzir o absenteísmo e demonstram cuidado com a saúde coletiva dos colaboradores.

6. Estimular a prática de atividades físicas

Promover a prática de atividades físicas, como aulas de ioga, alongamentos ou exercícios leves, incentiva a movimentação diária para combater o sedentarismo e aumentar a disposição dos colaboradores.

7. Oferecer benefícios que cuidam da saúde integral

Benefícios corporativos que disponibilizam descontos em serviços e produtos de saúde e bem-estar, como a Allya, que atende às necessidades diversas dos colaboradores e promove a saúde integral. 

Nessa plataforma, os colaboradores têm acesso a descontos em academias, terapia online, exames laboratoriais, entre outros.

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Amanda Miquelino
Amanda Miquelino
Jornalista, apaixonada pelo SEO e pelo Marketing Digital. Estou desvendando o mundo do RH para encontrar os melhores benefícios corporativos que promovam o bem-estar aos colaboradores.

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