No cenário atual de gestão de pessoas, os testes psicológicos se consolidaram como ferramentas essenciais para apoiar o RH em diferentes etapas da jornada dos colaboradores.
Neste conteúdo, nós, da Allya, reunimos as principais aplicações desses instrumentos no ambiente corporativo, explicamos quais testes são mais indicados para cada situação e mostramos como eles contribuem para decisões mais justas, estratégicas e alinhadas ao bem-estar no trabalho. Confira abaixo!
O que são testes psicológicos?
Os testes psicológicos são instrumentos padronizados aplicados por psicólogos para compreender o funcionamento cognitivo e emocional de uma pessoa.
Eles avaliam diferentes aspectos, como personalidade, inteligência, aptidões, emoções e fatores motivacionais, por meio de situações específicas que refletem o comportamento do indivíduo.
Esses testes integram um processo mais amplo chamado avaliação psicológica. Nessa etapa, o profissional também realiza entrevistas, observa atitudes e considera o histórico de vida da pessoa.
É importante destacar que nenhum teste isolado fornece diagnóstico definitivo: a interpretação depende da formação e da experiência do profissional, que relaciona os resultados ao contexto de vida e às informações adicionais coletadas.
Quem pode aplicar testes psicológicos?
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, apenas psicólogos têm autorização para aplicar testes psicológicos. Essa exigência assegura que o uso das ferramentas siga critérios técnicos, éticos e legais estabelecidos pelo conselho.
Contar com um profissional qualificado reforça a legitimidade do processo e garante uma análise cuidadosa dos resultados. Além de cumprir a legislação, a atuação de um psicólogo habilitado contribui para seleções mais justas e compatíveis com os valores da organização.
No entanto, existem testes psicológicos que podem ser aplicados pelos profissionais de Recursos Humanos. Falaremos quais são eles ainda neste texto.
Benefício do uso dos testes psicológicos nas empresas
O uso de instrumentos de avaliação psicológica nas organizações torna o processo de gestão de pessoas mais completo e eficaz. Confira os principais ganhos:
- Mapeiam pontos fortes e fracos: facilitam decisões sobre contratação e desenvolvimento.
- Avaliam o perfil comportamental: identificam traços como equilíbrio emocional e adaptabilidade.
- Tornam as contratações mais assertivas: reduzem erros e diminuem o turnover;
- Melhoram o clima organizacional: formam equipes mais equilibradas e colaborativas.
- Ajudam a prevenir problemas de saúde mental: permitem ações preventivas para o bem-estar dos colaboradores.
- Apoiam planos de carreira personalizados: alinham interesses dos profissionais às oportunidades da empresa.
- Orientam decisões estratégicas: oferecem dados sobre liderança, comunicação e gestão.
Quais testes psicológicos podem ser aplicados no recrutamento pelo RH?
Quando utilizados de forma adequada, os testes psicológicos ampliam a compreensão sobre o perfil dos candidatos e colaboradores. Veja os principais testes psicológicos usados em empresas e como cada um contribui na gestão de pessoas:
1. Teste Palográfico
Esse teste avalia traços de personalidade ligados à produtividade, ao ritmo de trabalho e à estabilidade emocional. O candidato precisa preencher uma folha com traços verticais durante um tempo determinado. O psicólogo analisa aspectos como espaçamento, inclinação, pressão, velocidade e regularidade.
É bastante útil em processos seletivos que exigem agilidade, foco e organização. Também ajuda a identificar possíveis sinais de estresse, impulsividade ou resistência à rotina.
2. Teste QUATI
Inspirado na teoria dos tipos psicológicos de Carl Jung, o QUATI investiga como o indivíduo percebe o mundo, reage a estímulos e toma decisões. Ele identifica tendências como extroversão ou introversão, além de mapear os quatro grandes eixos: sensação, intuição, pensamento e sentimento.

Esse teste favorece o entendimento da dinâmica de comportamento do candidato em diferentes contextos. RHs costumam aplicá-lo para avaliar o nível de compatibilidade entre o perfil psicológico da pessoa e as exigências emocionais e relacionais da vaga.
3. Atenção Concentrada (AC)
Esse instrumento mede a capacidade de manter o foco e sustentar a atenção ao longo de uma tarefa repetitiva, mesmo em ambientes com ruídos ou interrupções. A aplicação envolve estímulos visuais e exige respostas rápidas, o que revela o nível de concentração, resistência à monotonia e precisão do candidato.
É indicado para cargos que exigem atenção aos detalhes, como controle de qualidade, áreas financeiras, atendimento ao público e funções técnicas em geral.
4. Teste de Administração do Tempo (ADT)
Avalia como o candidato percebe, organiza e prioriza o tempo no dia a dia. O teste ajuda a entender se a pessoa tem facilidade para planejar atividades, cumprir prazos e lidar com pressão sem se desorganizar.
Empresas o utilizam com frequência em seleções para cargos que exigem autonomia, disciplina e gestão simultânea de tarefas, como posições de liderança, coordenação ou consultoria.
5. Teste de Raciocínio Lógico (TRL)
Esse teste mede a capacidade de pensar de forma lógica, resolver problemas e tomar decisões com base em padrões e regras. A aplicação envolve questões com séries numéricas, figuras ou situações hipotéticas.
É especialmente útil para cargos que exigem pensamento estratégico, análise de dados, planejamento ou liderança. O TRL também permite comparar objetivamente o desempenho dos candidatos em relação a desafios cognitivos.
6. Bateria Fatorial de Personalidade (BFP)
Esse teste psicológico se baseia no modelo dos “Big Five”, ou seja, avalia cinco grandes fatores da personalidade: extroversão, neuroticismo, socialização, realização e abertura à experiência. Cada fator se desdobra em traços mais específicos, oferecendo um perfil psicológico detalhado.
Essa ferramenta é ideal para processos seletivos que exigem uma compreensão profunda do comportamento do candidato, ajudando a prever sua adaptação à cultura da empresa, seu potencial de crescimento e sua relação com equipes e lideranças.
7. Teste Não Verbal de Inteligência (G-36)
Avalia a inteligência por meio de figuras e padrões, sem depender de leitura, fala ou escrita. Essa abordagem minimiza o impacto de diferenças culturais, de escolaridade ou de idioma, oferecendo uma análise mais justa e acessível.
Empresas o aplicam para medir a capacidade de raciocínio abstrato e solução de problemas em contextos diversos, especialmente em processos seletivos com alta diversidade de perfis.
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8. Teste de Wartegg
O Wartegg é um teste projetivo que explora traços inconscientes da personalidade por meio de desenhos. O candidato deve completar oito quadros com traços gráficos previamente definidos. Seu resultado revela aspectos emocionais, criativos e motivacionais.
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